sexta-feira, 7 de outubro de 2011

BAHIA QUER ATRAIR FÁBRICA DA JAC MOTORS

O governo da Bahia ofereceu à JAC Motors incentivos fiscais similares aos concedidos à Ford, além de um terreno com mais de 5 milhões de metros quadrados, para que a montadora chinesa instale, naquele Estado, sua primeira fábrica no país.

Pela manhã, o grupo SHC, detentor dos negócios da JAC Motors do Brasil, anunciou que iria protocolar hoje no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) um plano detalhado para implantação da unidade no Polo de Camaçari, com investimentos de US$ 900 milhões e início de operação previsto para 2014.

De acordo com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia, os incentivos oferecidos à JAC estão previstos no Programa Especial de Incentivo ao Setor Automotivo da Bahia (ProAuto), o mesmo que beneficiou a Ford à época da implantação de sua unidade também em Camaçari, inaugurada há 10 anos.

As conversas com o empresário Sergio Habib, da JAC Motors do Brasil, e o governo baiano tiveram início há um ano e meio.

Apesar do anúncio de hoje, a construção da fábrica depende ainda de uma decisão do governo federal sobre o tratamento que será concedido às montadoras estrangeiras que decidam investir em unidades fabris nacionais, diante do decreto que elevou em 30 pontos percentuais o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados, com exceção daqueles fabricados no Mercosul e México.

De acordo com Correia, o programa de incentivos prevê desoneração de ICMS na importação de equipamentos e insumos. O diferimento do ICMS pode chegar a até 98%, por um período de 6 anos a 12 anos.

"A diferença, no caso da JAC, é que esse é um projeto maior, que vai além da implantação de uma fábrica", disse o secretário, referindo-se à área de mais de 5 milhões de metros quadrados pertencente ao Estado e que foi colocada à disposição da montadora.

No terreno, a JAC se dispõe a construir ainda uma pista de testes e um centro de pesquisas para o setor automotivo. A parcela restante da área pode ser direcionada a fornecedores de autopeças.

O governo da Bahia se comprometeu a ampliar em 600 mil metros quadrados o pátio do porto que hoje é usado exclusivamente da Ford e erguer uma área alfandegária, com investimentos que podem chegar a R$ 100 milhões. "Com isso, podemos receber mais três montadoras", contou.

Para o secretário, a decisão da JAC pode atrair novas fabricantes de autopeças para a Bahia. Hoje, 40% da produção nacional de pneus já está localizada no Estado e o parque industrial de componentes automotivos é bastante diversificado em razão da presença da Ford.

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